DIAMOND, Jared. O Mundo até ontem. Editora Record, 2014. (571 páginas)
- Durante a maior parte dos 6 milhões de anos desde que protohumanos e protochimpanzés tomaram rumos diferentes, as sociedades humanas não tiveram metal, escrita, estado ou força militar, que surgiram nos últimos 11 mil anos, sendo este o mundo humano tal qual era "até ontem".
- A passagem da caça-coleta à agricultura aconteceu há 11 mil anos, as primeiras ferramentas de metal foram produzidas há aproximadamente 7 mil anos, a escrita e os primeiros governos organizados surgiram há cerca de 5.400 anos, tendo o primeiro estado sido formado há 3.400 anos. São todas uma minúscula fração da história humana. É assombrosa a velocidade na qual uma sequência de inovações revolucionárias aconteceu na história humana.
- Evidências arqueológicas indicam que a organização em bandos passou a formar tribos há 13 mil anos. As primeiras chefaturas surgiram há cerca de 5.500 anos. Os estados começaram a surgir há 3.400 anos. As mudanças na estratificação política foram impulsionadas pelo aumento da densidade populacional.
- A necessidade de polícia e leis, e comandos morais, que lavaram o homem ao hábito de ser gentil com estranhos, não existe em sociedades muito pequenas, nas quais todos se conhecem.
- No mundo de caçadores-coletores, encontros com estranhos eram na maioria das vezes perigosos e tendiam a se tornar violentos.
- Era raro que sociedades pequenas encontrassem estranhos, porque era muito perigoso viajar sem companhia em uma área não familiar. Ao se encontrar um estranho, era presumível que fosse alguém explorando um terreno com intenção de conquistá-lo para si, ou fosse alguém com a intenção de sequestrar uma jovem em idade de casamento, em qualquer caso, era uma ameaça.
- Territórios eram demarcados e defendidos quando dispunham de alguns recursos diferenciados pelos quais as sociedades primitivas julgavam que valia a pena morrer para defender.
- As relações espaciais entre sociedades tradicionais vizinhas poderiam abranger todo um espectro de soluções, indo desde territórios excludentes não superpostos, com fronteiras definidas, patrulhadas e sem qualquer uso partilhado, até o livre acesso a todas as terras, sem um território excludente. Sociedades que se aproximavam de territórios defendidos e mutuamente excludentes surgem a partir de populações suficientemente densas e grandes para que alguns de seus indivíduos possam ser designados como patrulheiros. E geralmente tem um território produtivo gerando recursos para sustento de longo prazo, e com melhorias a serem defendidas, como currais, pomares ou canais de irrigação.
- Havia um amplo espectro de uso tradicional da terra, indo desde territórios bem demarcados, patrulhados e defendidos, dos quais estranhos eram excluídos sob ameaça de morte, passando por imprecisas áreas em torno de habitações sem fronteiras claras, que estranhos podiam usar mediante acordo mútuo, até áreas de habitação mantidas separadas apenas por evitação mútua informal.
- Os registros arqueológicos demonstram que já na Era Glacial, os humanos tinham dezenas de anos de experiência com o comércio. Sítios arqueológicos em Cro-Magnon, onde hoje está a França, continham âmbar marinho do Mar Báltico, conchas do Mar Mediterrâneo transportadas por 2 mil quilômetros, além de obsidianas, sílex e outras pedras duras encontradas a centenas de quilômetros dali.
- Em algumas sociedades tradicionais é comum a negociação com trocas explícitas (escambo), com os ítens mudando de mãos ao mesmo tempo. Mas em muitos casos, uma das partes dá um presente e o recebedor assume a obrigação de devolver o presente em valor equivalente e comparável em algum tempo indeterminado no futuro. É muito provável que as primeiras trocas comerciais na humanidade tenham seguido este padrão.
- Nas sociedades de pequena escala, todos transacionam. Só à medida que surgem as chefaturas e os estados incipientes, que surgem comerciantes especializados como facilitadores das trocas.
- Em todas as sociedades humanas, tanto nos registros deixados em sítios arqueológicos como em sociedades de caçadores-coletores que sobreviveram até o Século XXI, os itens de troca podem ser divididos ente objetos de uso para sobrevivência na vida diária - desde matérias-primas até objetos manufaturados -, objetos de luxo e decorativos sem uso imediato para sobrevivência, e objetos intermediários, de uso prático mas também capazes de conferir status social.
- O povo Daribi, da Nova Guiné, vive em áreas de baixa densidade populacional na extremidade de vales densamente povoados e desflorestados das terras altas. Os Daribi exportavam penas de aves do paraíso, abundantes em suas florestas, em troca de sal e machados de pedra polida. Os Pigmeus, das florestas africanas, trocavam mel, carnes de caça e cogumelos com os agricultores Bantos vizinhos, em troca de hortaliças, potes, ferro, tabaco e álcool. No Estreito de Vitiaz, os ilhéus trocam presas de porco, sagu, noz de bétele, contas, obsidianas e ocres vermelhos com os povos do continente, de quem recebiam porcos, dentes de cachorro, tabaco, potes, redes, arcos e flechas, e tinta preta. Os Inuítes do litoral e do interior do Alasca trocavam produtos de mamíferos marinhos, como carne, pele e óleo de focas, gordura de baleias e marfins de morsas, por couro, chifres de caribu, piche e carne seca. Tais mecanismos provavelmente operavam de forma similar ao longo de toda a pré-história humana.
- Entre caçadores-coletores nômades e outros pequenos grupos móveis, disputas dentro do grupo podem ser resolvidas com o grupo se dividindo e os disputantes se afastando para outro local. Esta opção é difícil para agricultores assentados em aldeias ou vilarejos, que fizeram grandes investimentos em suas plantações, e por isto não as abandonam facilmente.
- A ausência de guerra foi documentada em um bom número de bandos pequenos de caçadores-coletores nômades de muito baixa densidade populacional, em ambientes inóspitos e improdutivos, com grande distância entre as habitações e pouca ou nenhuma posse que merecesse ser defendida.
- Parece que as sociedades recorrem (ou não) à guerra depois de avaliar o quanto lucrariam se iniciassem um conflito, e qual a necessidade de se defenderem de ataques de outros.
- O antropólogo Napoleon Chagnon calculou, a partir de genealogias dos ianomamis, na Floresta Amazônica, que quando comparados homens que mataram ou não mataram pessoas, os que haviam matado tinham, em média, 2,5 vezes mais esposas e mais de 3 vezes mais filhos.
- Em sociedades de não-estados, processos de compensações geralmente envolvem escaladas de violência, pois estas sociedades carecem de mecanismos formais para impedir que indivíduos descontentes busquem atingir seus fins por meios violentos. Como um ato de violência tende a acarretar outro, a violência aumenta e se torna uma ameaça endêmica à paz nestas sociedades. Daí que uma das preocupações principais de um governo estatal é impedir que cidadãos usem a força uns contra os outros. Assim, a fim de manter a paz, a autoridade política central demanda o monopólio do uso da força.
- Entre as pequenas sociedades tradicionais, a forma mais disseminada de guerra documentada é composta por ataques surpresa, nos quais um grupo de guerreiros suficientemente pequeno para conseguir se esconder, avança furtivamente, faz uma incursão no território inimigo com o objetivo limitado de matar alguns indivíduos ou de destruir uma propriedade, e depois se retira. Outra estratégia muito comum são as emboscadas, nas quais os guerreiros, ao invés de uma movimentação furtiva, escondem-se à espera da passagem do inimigo para atacá-lo.
- Quando guerras tribais são encerradas pela intervenção de chefaturas ou estados, os integrantes das tribos geralmente sentem uma melhoria de qualidade de vida, sendo o aspecto mais vantajoso de estar sob um governo ser a capacidade deste de instaurar a paz. O antropólogo Sterling Robbins relata ter ouvido de um homem de uma tribo da Nova Guiné: "A vida ficou melhor desde que o governo chegou, porque um homem não podia comer sem olhar sobre os ombros, nem sair para urinar de manhã sem o receio de ser alvejado. Todos os homens sentiam medo e tinham pesadelos nos quais ficavam isolados de seu grupo no campo de batalha durante uma luta".
- O Império Romano impôs uma enorme inovação nos campos de batalha. Embora continuassem a utilizar espadas e adegas em lutas corpo a corpo, usaram armas de longo alcance, como dardos, fundas e catapultas, que alcançavam alvos de até 800 metros de distância.
- A maior parte das provas arqueológicas e descrições orais de guerras que aconteciam antes do contato com os colonizadores europeus tornam absurdo sustentar a visão romântica de que as pessoas eram tradicionalmente pacíficas até a chegada dos europeus.
- Um fato, no entanto, é inquestionável: a introdução das armas de fogo, apresentadas pelos europeus, aumentou a mortalidade das guerras nas sociedades colonizadas. Isto ocorreu nas guerras entre os maoris na Nova Zelândia entre 1818 e 1835, e em igual proporção nas Ilhas Fiji e nas Ilhas Salomão, onde tribos usavam mosquetes em suas guerras. Todas estas regiões viviam em estado de guerra endêmicos, e o "efeito europeus" foi o aumento da mortalidade pelo uso dos machados de metal e das armas de fogo.
- Os últimos primeiros contatos em larga escala registrados na história ocorreram nas terras altas da Nova Guiné, onde entre as décadas de 1930 e 1950, patrulhas dos governos australiano e holandês, expedições de reconhecimento do exército, mineradores em viagens de prospecção, e biólogos, descobriram um milhão de habitantes vivendo em vales considerados até então inabitados, populações cuja existência o mundo exterior desconhecia, e vice-versa. Embora os europeus estivessem visitando e colonizando o litoral da ilha havia 400 anos, desconheciam a existência de milhares de habitantes em seu interior.
- Descrição de um guineense que viveu estes primeiros contatos: "Acreditávamos que quando uma pessoa morria, sua pele ficava branca e ela atravessava para o lugar dos mortos. Quando aqueles estranhos vieram, pensamos que eles não eram da terra, choramos, porque pensávamos que eram nossos próprios parentes que tinham morrido e estavam de volta".
- Das aproximadamente 7 mil línguas diferentes existentes no mundo, aproximadamente 1 mil estão concentradas na ilha da Nova Guiné, na Oceania.
- A média de idade do desmame de filhos nas sociedades caçadoras-coletoras que viviam no Século XX era de 3 anos. Em sociedades de pequenos agricultores, esta média caía para 2 anos.
- O envolvimento do pai no cuidado dos bebês é menor do que o da mãe em todas as sociedades humanas conhecidas. Ainda assim, na ampla maioria destas sociedades, o pai desempenha um papel significativo na provisão de alimentos, na proteção e na educação das crianças.
- As brincadeiras infantis nas sociedades de pequena escala envolvem partilha e comunhão, desencorajando a competição, não havendo contagem de pontos, e brincadeiras com ganhadores e perdedores.
- Todos os estados desejam que as crianças se tornem adultos úteis e obedientes, como cidadão, soldados ou trabalhadores, cooperando pela harmonia de convívio social coletivo.
- As formas de viver mais comuns nas sociedades tradicionais consistem em uma família extensa dentro de uma mesma habitação ou abrigo comunal, em que todos dormem juntos.
- Os idosos hoje desfrutam vidas muito mais longas, uma saúde muito melhor, e estão sujeitos a muito menos perdas de filhos do que em qualquer outra época da história humana. A expectativa de vida duplicou pela melhoria da saúde pública, com fornecimento de água potável e vacinação no combate a doenças infecciosas, pela melhor distribuição de alimentos, e pela existência de mais segurança pública.
- Os programas de aposentadoria financiados por recursos públicos surgiram na Alemanha com o chanceler Bismarck em 1880, espalhando-se pela Europa e EUA nas décadas seguintes.
- Antes que governos estatais começassem, a cerca de 400 anos, a reduzir o impacto das fomes generalizadas e, especialmente, antes das medidas de saúde pública adotadas que venceram as doenças infecciosas, a cerca de 200 anos, a expectativa de vida nas sociedades de estado da Europa e da América do Norte não era mais alta do que as de sociedades tribais tradicionais.
- Estudos de biólogos moleculares demonstram que os micróbios responsáveis por muitas - a maior parte - das "doenças de multidão" confinadas a humanos, surgiram de doenças de animais domesticados, como porcos e bois, domesticações que só aconteceram há 11 mil anos.
- Sociedades de pequena escala lidam de diversos modos com períodos de falta de suprimentos alimentares: mudam de acampamento, armazenam alimentos, fazem acordos entre grupos locais e produzem alimentos em faixas de terra situadas em diferentes áreas, dispersando suas áreas de cultivo e diminuindo assim seu risco de perda de safra por causas naturais. A reciprocidade generalizada é essencial para a capacidade de sobrevivência em ambientes imprevisíveis. Quando grupos dispunham de excedentes, convidavam vizinhos para um banquete, esperando a devolução do favor quando os outros estivessem com excedentes e eles não. A reciprocidade, pontuada por hostilidades ocasionais, é o comportamento mais comum entre pequenos grupos humanos.
- Praticamente todas as sociedades humanas conhecidas têm religiões ou algo parecido. Isso sugere que a religião preenche alguma necessidade humana universal ou, pelo menos, brota de alguma parte da natureza humana comum a todos.
- Os componentes comumente atribuídos à religião se dividem em 5 conjuntos: crença no sobrenatural, participação em um movimento social amplo, onerosas provas de comprometimento, regras práticas para pautar o comportamento coletivo e a moralidade, e crença em que forças sobrenaturais podem intervir na vida humana. Entretanto, nem toda religião combina todos estes atributos.
- A maior parte das religiões realmente pressupõe a existência de deuses, espíritos e outros agentes sobrenaturais.
- A religião foi inventada para realizar certas funções e solucionar certos problemas, como manter a ordem e a coesão social, confortar os aflitos e ensinar a obediência política.
- O surgimento das religiões deriva da busca humana pelo significado de como o mundo funciona, buscando a construção de explicações causais.
- Quase todas as religiões possuem crenças sobrenaturais específicas, em geral reproduzindo poderes excepcionais superiores à capacidade humana, que são projeções das fantasias humanas de poder pessoal.
- Uma das funções originais das religiões era prover explicações. Os mitos de origem são encontrados em quase todas elas, e buscam explicar a existência do universo, dos seres humanos e da diversidade linguística da humanidade.
- As religiões também surgem originalmente com um papel de aplacar as ansiedades dos indivíduos a respeito de problemas e perigos que estão além do controle dos homens.
- Depois de fazer tudo que está a seu alcance, as pessoas então recorrem a preces e orações, rituais e cerimônias, magias e oferendas, deuses, oráculos e xamãs, numa ânsia de aliviar a sensação e sentimento de impotência.
- Estudos psicológicos comprovaram que a oração em situação de estresse oferece uma sensação de ao menos se estar fazendo algo para tentar mudar às coisas ao invés de não estar fazendo nada, e este sentimento faz com que as pessoas orando tenham menos dificuldade para dormir, menos dificuldade para se concentrar, e são menos inclinadas a ataques de raiva, e a ficarem ansiosas, nervosas, tensas, ou deprimidas, do que aquelas que convivem com o sentimento de impotência de não poder fazer nada diante das dificuldades.
- Em jogos de azar, os jogadores geralmente seguem seus próprios rituais antes de se lançar à sorte, mas jogadores de xadrez não observam nenhum ritual. Isto acontece poque os resultados dos jogos de azar são ao acaso, enquanto o jogo de xadrez depende de estratégia e lógica, não estando sujeito ao acaso.
- As religiões cresceram por oferecerem doutrinas de consolo. Os seres humanos sempre buscaram um sentido para suas vidas, pois sem isso a vida pode parecer absurda, sem propósito e evanescente, em um mundo cheio de desventuras imprevisíveis.
- Em comunidades que são geograficamente separadas e isoladas, depois de alguns séculos de mudanças independentes, uma mesma unidade linguística se torna dialetos completamente diferentes, e com o passar de um tempo ainda maior deixam de ser compreensíveis entre si, ainda que sigam formando uma mesma família linguística, isto é, tendo uma origem comum.
- Os quatro aspectos ecológicos que têm maior correlação com a diversidade linguística são: latitude, variações climáticas, produtividade biológica, e diversidade ecológica local. Áreas tropicais têm maior diversidade de línguas. Quanto maior variação climática haja, menor é a diversidade de línguas: florestas com clima menos variado têm mais línguas diferentes, enquanto no deserto o clima varia mais, entre um calor escaldante durante o dia e um frio intenso durante a noite, sendo a diversidade linguística menor. Ambientes mais produtivos têm maior variação de línguas, pois atraem maiores aglomerações de pessoas. E a diversidade linguística é maior em áreas de grande diversidade ecológica, como áreas montanhosas acidentadas. Por último: baixas disponibilidades alimentares implicam em baixas densidades populacionais humanas, o que por sua vez é um fator causador de diversidade linguística.
- A humanidade chega ao Século XXI com 7 mil línguas distintas faladas no planeta. Toda a Europa e oeste da Rússia tem menos de 100 ínguas nativas, o continente da África e o subcontinente da Índia têm mais de 1.000 línguas cada, tendo só Nigéria e Camarões, respectivamente, 527 e 286 línguas. A pequena ilha de Vanuatu, no Oceano Pacífico, tem 10 línguas diferentes em menos de 13 quilômetros quadrados. A mais alta variedade de famílias linguísticas diferentes é encontrada na ilha da Nova Guiné. No mundo, a ampla maioria das 7 mil línguas tem poucos falantes, enquanto há 9 línguas "gigantes" que têm, cada uma, mais de cem milhões de falantes; são elas, em ordem decrescente de falantes nativos: mandarim (chinês), espanhol, inglês, árabe, hindi, bengali, português, russo e japonês (não atingindo esta quantidade de falantes nativos, o francês, o alemão e o italiano).
- A expansão do Império Romano no Mediterrâneo extinguiu o etrusco e quase todas as línguas celtas. A expansão do Império Inca na Cordilheira dos Andes disseminou o quéchua e o aimará. Da mesma forma, o colonialismo europeu acabou com várias línguas pelas Américas.
- A Austrália aborígene tinha 250 grupos linguísticos, todos sobrevivendo como caçadores-coletores, com média de mil falantes por língua. Todos os relatos confiáveis descrevem os aborígenes como falantes de no mínimo duas línguas. É muito provável que este padrão multilinguístico também acontecesse na antiguidade.
- A segunda metade do Século XX foi marcada por uma explosão de consumo de sal, açúcar e gorduras, e pelo aumento do sedentarismo; como consequência, houve uma explosão de casos de doenças não transmissíveis: diabetes, câncer, derrames, hipertensão, infartos, arteriosclerose, e outras doenças cardiovasculares.
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