Os Australopithecus só foram encontrados no continente africano, denominando assim a África como "Berço da Humanidade". Não se sabe de qual delas teria dado origem ao grupo seguinte, chamado de gênero Homo. Entre algumas das espécies conhecidas deste gênero, podem ser descritas:
Australopithecus afarensis
Espécie de hominídeo extinto que teve fósseis encontrados na Etiópia, cujo nome provém da região onde foi encontrado pela primeira vez: a Depressão de Afar.
Já foram encontrados fragmentos desta espécie datados entre 4,0 e 2,7 milhões de anos, todos na região norte do Grande Vale do Rift, incluindo um esqueleto quase completo de uma fêmea adulta, que foi denominada "Lucy". A característica marcante é o tamanho de seu cérebro equivalente a 450 cm cúbicos, um pouco maior que o cérebro de um chimpanzé moderno. Sua postura é bípede, ereta ou semireta, com altura média entre 1,0 e 1,5 metro, pesando aproximadamente algo em torno de 45 e 50 quilogramas, com características faciais de testa pequena e maxilar proeminente.
Há evidências de uso de ferramentas pela espécie, tendo sido encontrados fósseis de animais com marcas teriam sido deixadas por instrumentos de pedra usados para raspar a carne do osso e tirar a medula de seu interior, também para a alimentação, evidência de que os australopitecos usavam ferramentas e também comiam carne, sendo onívoros.
Australopithecus anamensis
Espécie descoberta em 1994 no norte do Quênia, cujo nome deriva de anam, que significa "lago" na língua Turkana local. Os fósseis têm sido datados de 4,2 a 3,9 milhões de anos(arredondando 4 milhões de anos), com fósseis da tíbia indicanco que o A. anamensis era maior que o A. afarensis, com um peso estimado entre 46 e 55 quilogramas. Era bípede na postura e na locomoção, tendo sua descoberta fornecido uma nova data para o aparecimento da locomoção bípede, tendo ocorrido 500 mil anos antes da antiga datação, associada ao A. afarensis (não é descartável a possibilidade de que o A. anamensis seja um ancestral do A. afarensis.
Em 12 de Abril de 2006 foram descobertos fósseis no deserto de Afar, na Etiópia, e em 2016, Ali Bereino desenterrou o crânio quase completo de um membro deste gênero datado de 3,8 milhões de anos.
O A. anamensis tinha uma dieta vegetariana, alimentando-se de frutas, folhas e sementes, mas também capturando animais menores para se alimentar, ainda que não haja indícios de que caçassem estes animais.
Australopithecus africanus
Espécie antiga de hominídeo que viveu entre 3,0 e 2,0 milhões de anos atrás, descrita por Raymond Dart em 1924 com base no "Crânio Infantil de Taung", um crânio de um ser jovem que ele pensou ser o "elo perdido" da evolução entre os símios e os seres humanos, pelo pequeno volume de seu crânio, com uma dentição relativamente próxima à dos humanos e ter uma postura óssea verticalizada. As descobertas de Robert Broom em Swartkrans, na década de 1930, corroboraram a conclusão de Dart.
Sua postura era eficazmente bípede, como pode ser demonstrado pelo alinhamento do crânio e da coluna dos fósseis encontrados. A morfologia tem muitas similaridades com o Australopithecus afarensis, já que ambos tinham corpos menores com estrutura pélvica e adaptações para as pernas e para os pés característicos de bipedismo. Porém, em média, seu crânio era ligerairamente superior ao A. afarensis. A espécie apresentava dimorfismo sexual, com machos fisicamente maiores que as fêmeas, tendo os machos cerca de 1,40 metro e 40 quilogramas, e as fêmeas cerca de 1,15 metro e 30 quilogramas.
Australopithecus garhi
É um hominídeo extinto cujos fósseis foram descobertos em 1996 por um grupo de investigadores liderado pelo paleontólogo etíope Berhane Asfaw e o antropólogo norte-americano Tim White próximo à cidade de Bouri, no rio Awash, na Depressão de Afar, na Etiópia. A espécie foi confirmada e estabelecida como A. garhi em 20 de novembro de 1997 pelo paleontólogo etíope Haile-Selassie. Gahri, na língua afar, significa "surpresa". Os restos fósseis achados procedem de um lapso temporal com escasso registro fóssil, entre 2 e 3 milhões de anos.
Inicialmente acreditou-se que era o elo perdido entre os géneros Australopithecus e Homo, e portanto um ancestral da espécie humana. Contudo, A. garhi é mais avançado do que qualquer outro australopiteco e uma espécie contemporânea (ou quase) das espécies ancestrais do género Homo, portanto não sendo um provável ancestral humano.
Os traços de A. garhi são algo distintos dos tipicamente vistos em A. afarensis e em A. africanus. Um exemplo das diferenças pode ser visto ao serem comparados o maxilar encontrado em Hadar e o espécime de A. garhi encontrado em Bouri. A capacidade cranial de A. garhi é de 450 cm cúbicos, parecida com a de outros australopitecos, a mandíbula tinha uma morfologia geral compatível com a mesma espécie. Os estudos feitos nos pré-molares e molares mostram certa semelhança com os de Paranthropus boisei, que são maiores do que outras formas mais graciosas de australopitecos.
Os poucos artefatos primitivos de pedra descoberto com os fósseis de A. garhi foram datados entre 2,5 e 2,6 milhões de anos, ferramentas mais antigas que as de Homo habilis, que é considerado um possível ascendente direto dos hominídeos modernos. Durante muito tempo, os antropólogos sustentaram que a habilidade de fabricar ferramentas complexas era exclusiva de espécies próximas ao gênero Homo, contudo, estas ferramentas antigas de cantos talhados e lascas mostram o uso de várias técnicas que podem ser observadas nas indústrias mais tardias. Foram encontrado 3 mil artefactos toscos de pedra em Bouri, com uma idade estimada em 2,5 milhões de anos.
Australopithecus sediba
Espécie de hominídeo cujos restos conhecidos têm cerca de 1,977 milhão de anos de idade, com margem de erro de dois mil anos, baseada em dois esqueletos parciais encontrados em Malapa, na África do Sul, um macho jovem com cerca de 13 anos de idade e uma fêmea adulta com aproximadamente 30 anos. Posteriormente, diversos outros fragmentos da espécie foram descobertos. Os esqueletos parciais foram inicialmente descritos em dois artigos para a revista Science pelo paleoantropólogo norte-americano e sul-africano Lee R. Berger, da Universidade de Witwatersrand, em Joanesburgo. "Sediba" significa "fonte natural" ou "bem" na linguagem Sotho. Há estudos que sugerem que era uma espécie intermediária, que andava como um humano, mas trepava em árvores como um macaco.
A espécie pode ser uma canditada à espécie de transição entre o Australopithecus africanus e o Homo habilis, ou até mesmo um ancestral direto do Homo erectus. Tem longos braços, mãos curtas, uma pelve avançada e longas pernas, que proporcionariam capacidade de caminhar e possivelmente correr como um ser humano, embora o fêmur e a tíbia do fóssil estivessem fragmentados, e o pé possuísse características consideravelmente primitivas. A capacidade cranial é estimada entre 420 e 450 cm cúbicos.
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