quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

ASSIM CAMINHOU A HUMANIDADE

NEVES, Walter Alves; RANGEL JÚNIOR, Miguel José; MURRIETA, Rui Sérgio S. (org.). Assim Caminhou a Humanidade. Editora Palas Athena, 2015. (318 páginas)



- Gênero: Homo + Espécie: Sapiens

- A evolução humana não foi linear e progressiva em direção aos humanos modernos

- Na Seleção Natural, espécies menos adaptadas são naturalmente substituídas por outras espécies mais bem adaptadas às condições do meio em que vivem.

- A diferenciação da raça humana se dá pela grande capacidade de criação de elaborações simbólicas

- Segundo taxonomistas e paleontólogos, o traço mais característico dentre todos os que definem a ordem dos primatas é a presença de "bula petrosa" na parte inferior do osso do crânio, uma estrutura óssea que recobre e protege elementos do ouvido interno, uma característica presente em todos os primatas, tanto nos existentes quanto nos já extintos 

- A similaridade genética entre um chimpanzé e um gorila é menor do que entre um chimpanzé e um ser humano 

- Chimpanzés vivem em grupos de 20 a 100 indivíduos

- Os bonobos, ou chimpanzés pigmeus, são a única outra espécie além do ser humano na natureza que usa relações sexuais sem fins reprodutivos para fortalecer laços sociais e reduzir conflitos internos no grupo

- O comportamento de todos os primatas parece ser mais adquirido através de aprendizagem do que por inscrições no material genético, havendo uma grande participação comportamental derivada de transmissões culturais.

- As relações sociais dos primatas são em essência definidas pela necessidade dos machos de ter acesso às fêmeas, e das fêmeas de ter acesso à comida para elas e para seus filhotes. Já as fêmeas não precisam se preocupar em competir por acesso aos machos, aos quais escolhem com base em um grande número de fatores, como tamanho, cor dos pelos, nível de agressividade, nível de gentileza, e familiaridade.

- Um dos traços mais diferenciados da anatomia humana é a esclera, a parte branca dos olhos. Em todos os demais primatas, a esclera mal pode ser vista, e ela permite a identificação da direção do olhar, o que facilita a percepção do que uma pessoa está pensando, e age na natureza social de interação dos seres humanos. O branco dos olhos é a marca de uma espécie altamente social e cooperativa.

- A vida em grupos protege os primatas dos ataques de predadores, e facilita o acesso a recursos quando há escassez.

- A vida em grupos e o comportamento social aprendido e transmitido, juntos, levam à formação de culturas próprias de cada grupo.

- Num experimento, cientistas reproduziram a gravação do chamado de um filhote específico de chimpanzé para um grupo quando este filhote não estava presente. Como resultado, só a mãe deste filhote olhou na direção do chamado, tendo todas as demais fêmeas olhado na direção desta mãe do filhote cujo chamado era reproduzido.

- A extensa história da vida na Terra está gravada nas rochas sedimentares, dando a possibilidade de que sejam medidas as escalas de tempo geológico. 

- Períodos de Tempo Geológico: de 4,56 a 2,5 bilhões de anos é o Arqueano, de 2,5 bilhões a 541 milhões é o Proterozóico, de 541 a 485 milhões é o Cambriano, de 485 a 444 milhões é o Ordoviciano, de 444 a 419 milhões é o Siluriano, de 419 a 359 milhões é o Devoniano, de 359 a 298 milhões é o Carbonífero, de 298 a 252 milhões é o Permiano (sendo que de 541 a 252 milhões é o período Paleozóico), de 252 a 201 milhões é o Triássico, de 201 a 145 milhões é o Jurássico, de 145 a 65 milhões é o Cretáceo, que se conclui com a extinção dos dinossauros (sendo que de 252 a 65 milhões é o período Mesozóico), de 65 milhões até os dias de hoje é o período Cenozóico, por sua vez dividido entre o Terciário, de 65 milhões a 1,8 milhão de anos. O Terciário se divide de 65 a 55,8 milhões de anos no Paleoceno, no qual surgem os primeiros primatas arcaicos, de 55,8 a 33 milhões no Eoceno, de 33 a 23 milhões no Oligoceno, de 23 a 5,3 milhões no Mioceno, quando surgem os hominídeos, e de 5,3 milhões a 1,8 milhão no Piloceno. De 1,8 a 0,01 milhão é o período Pleitoceno, quando há o início da diferenciação do gênero Homo. O último período é o Heloceno, marcado pelo início da agricultura. O período de 1,8 milhão até os dias de hoje é chamado período Quaternário.

- Há 225 milhões de anos atrás havia um único continente na Terra, chamado Pangeia

- Entre 65 e 56 milhões de anos atrás, houve o surgimento dos primeiros primatas na Terra, tendo sido de 56 milhões de anos os primeiros registros fósseis incontestáveis já encontrados.

- Entre 58 e 40 milhões de anos atrás surgiram os antropoides, ancestrais comuns dos macacos e dos hominínios. É o que sugerem as evidências moleculares, já que as evidências fósseis são escassas. Os fósseis mais antigos que seguramente são deste grupo a terem sido encontrados são de 36 a 23 milhões de anos atrás, encontrados na região da África onde hoje está o Egito.

- Há 25 milhões de anos atrás viveu o ancestral comum dos macacos de pequeno e de grande porte (neste caso sendo de grande porte: chimpanzés, orangotangos, gorilas e hominínios), é o que indicam as evidências moleculares.

- Há 14 milhões de anos houve a divergência dentro do grupo de Hominóides, que engloba todo o grupo de Grandes Macacos, tendo havido a separação entre os grandes macacos da África (chimpanzés, gorilas e hominínios) e os grandes macacos da Ásia (orangotangos).

- Entre 8 e 5 milhões de anos, viveu na Ásia o maior primata que já existiu, o Gigantopithecus, que chegava a 3 metros de altura e a 300 kg de peso.

- A partir de 7 milhões de anos atrás os nossos ancestrais indiscutivelmente já se locomoviam com o corpo ereto e as mãos livres, com uma caminhada já bastante semelhante à que viria a ter o Homo sapiens. Os primeiros bípedes viveram em bosques e em florestas, e gradativamente migraram para a savana.

- A postura bípede foi um facilitador para se locomover na savana africana sem estar exposto a tanto calor pela proximidade do corpo ao chão, além de ter facilitado seu alcance visual. O poder de exploração da savana foi um diferencial na diversificação de sua dieta.

- Entre 7 e 5 milhões de anos atrás viveu o último ancestral comum a homens, chimpanzés, bonobos, gorilas e orangotangos, segundo evidências moleculares.

- Entre 4,2 e 2 milhões de anos surge na África o primeiro homininio com características ósseas de bipedismo, o Australopithecus, com registros fósseis ao sul e ao leste do continente, sendo o fóssil mais antigo conhecido como "Lucy", além do registro de pegadas claramente bípedes fossilizadas na Tanzânia que tem 3,7 milhões de anos.

- Os Australopithecus têm características na tíbia que não deixam dúvidas de que eram bípedes, mas seus membros superiores eram longos, com pernas e mãos próprias para se agarrar em galhos, estando fortemente adaptados à vida nas árvores. Suas mandíbulas eram em formato de "U" e não de parábola (como a do gênero Homo), mas seus dentes molares eram maiores e seus dentes tinham esmalte mais grosso, características dos hominínios.

- Outro ancestral mais antigo que tinha algumas características bípedes era o Ardipithecus, porém, suas características se combinavam a outras favoráveis à vida arborícola, em cima das árvores.

- Os Australopithecus conviveram temporalmente e espacialmente com os primeiros integrantes do gênero Homo, tendo sido extintos por volta de 1 milhão de anos atrás.

- Entre 4 e 2 milhões de anos atrás, diversas espécies diferentes de hominínios conviveram temporalmente e espacialmente no sudeste da África.

- Os Hominini (hominínios) pertencem à subfamília Homininae (hominíneos), que inclui também os ancestrais de chimpanzés, bonobos e gorilas. A família é a Hominidae (hominídeos), que inclui também os ancestrais do orangotango.

- Características dos Hominini: locomoção bípede e aparato mastigatório com ausência de caninos grandes e afiados. Os bípedes têm anatomia da pélvis diferente, pois o centro de gravidade é diferente dos quadrúpedes. Nos bípedes, a pélvis é em formato de bacia, com o osso ilíaco mais curto e mais largo, com o colo da cabeça do fêmur sendo mais longo. No crânio, o "forame magno" - abertura onde há a conexão com a coluna vertebral - é mais centralizado do que nos quadrúpedes.

- Chimpanzés nascem com 90% do cérebro formado, e seres humanos com 40% dele formado. O desenvolvimento cerebral mais lento dá maior capacidade de aprendizagem e de comportamentos mais complexos durante a infância.

- O desenvolvimento corporal dos macacos de grande porte na infância é mais rápido que do Homo sapiens, o que tem implicações para a estratégia de vida. O período de desenvolvimento mais estendido do Homo sapiens exige cuidados mais intenso dos pais, o que possibilita uma maior oportunidade de aprendizagem cultural, com consequências importantes sobre o tempo de maturação e de aprendizagem social coletiva.

- A diversidade de fósseis de hominínios prova que a evolução da linhagem não foi linear e progressiva em direção ao homem moderno.

- Em média, o volume encefálico - tamanho do cérebro - dos Australopithecus tinha mais ou menos 440 cm3, do Homo habilis tinha entre 500 e 650 cm3, do Homo erectus tinha entre 800 e 1.000 cm3, do Homo heildelbergensis tinha entre 1.100 e 1.325 cm3, o Homo sapiens tem mais ou menos 1.350 cm3, e o Homo neanderthalensis tinha mais ou menos 1.520 cm3.

- No entanto, o Quociente de Encefalização (QE) - proporção entre a massa encefálica e a massa corporal - que é uma melhor estimativa do nível de inteligência, é em média de 5,3 nos humanos modernos, de 4,0 nos neandertais, de 3,5 no Homo heidelbergensis, de 3,3 no Homo erectus, entre 2,2 e 2,5 nos chimpanzés, e de 2,0 no Australopithecus afarensis.

- Com 2,6 milhões de anos, foram encontradas as ferramentas de pedra lascadas mais antigas, encontradas nas regiões onde hoje são Etiópia, Quênia e Tanzânia, e foram encontradas junto a fósseis de ossos de animais com marca de corte e percussão feitos por estas ferramentas. Esta tecnologia do lascar das pedras permaneceria exatamente a mesma pelas centenas de milhares de anos que se seguiram.

- Com 2,4 milhões de anos, foram encontrados os fósseis mais antigos do gênero Homo, o Homo habilis, cujos primeiros fósseis foram encontrados no sudoeste da África, onde hoje estão Etiópia, Tanzânia, Quênia, Zâmbia e África do Sul.

- Há 1,8 milhão de anos: Homo habilis tinha cérebro maior que do Australopithecus, com dentes molares menores, e uma face menor e menos projetada para frente, e tinham como marca a intensa utilização de ferramentas de pedra lascada.

- Com 1,8 milhão de anos foram encontrados os fósseis mais antigos do gênero Homo fora da África, encontrados na Geórgia, próxima à área de divisão entre Oriente Médio, Europa e resto da Ásia. Os fósseis na Geórgia tinham 1,77 milhões de anos. Também foram encontrados fósseis com 1,6 milhões de anos em Java, na Indonésia.

- Com 1,8 milhão de anos foram encontrados os fósseis mais antigos do Homo erectus, localizados na região onde hoje é o Quênia, espécie que tinha um cérebro maior e dentes menores. Foram encontrados fósseis onde hoje é a Espanha de 1,2 milhão de anos.

- Em algum momento entre 1,6 e 1,4 milhões de anos atrás, as ferramentas passaram a ser retocadas dos dois lados, e não mais só de um lado, como vinham sendo feitas por mais de 1 milhão de anos, além de terem passado a ter um acabamento mais elaborado. Esta inovação é encontrada junto a fósseis do Homo erectus encontrados no norte da África, no Oriente Médio e na Europa, mostrando que a disseminação desta inovação foi relativamente bastante rápida (levou alguns milhares de anos, frente a mais de um milhão no qual a forma lascar permaneceu a mesma). Estas inovações, no entanto, supostamente nunca migraram para o centro e o leste da África, onde nunca foram encontrados registros fósseis destas ferramentas.

- Evidências em fósseis dos ossos de presas mostram que os hominínios eram mais carniceiros do que caçadores, já que a marca de cortes com pedras lascadas feitos nos fósseis dos animais comidos eram feitos em cima das marcas de dentes de animais predadores de grande porte, e são registradas uma maior especialização na remoção do tutano dos ossos, removidos com tecnologias própria de uso destas pedras lascadas, afinal era o que sobrava na carcaça depois que todos os animais maiores já tinham se alimentado dela.

- Entre 1,5 e 1,0 milhão de anos aconteceu o domínio do fogo pelo Homo erectus.

- O cozimento do alimento proporcionou uma economia energética para a digestão e, portanto, um aumento na energia disponível para ser utilizada pelo resto do corpo. O fogo quebra moléculas grandes e destrói moléculas tóxicas, além de amolecer os alimentos, que são mais facilmente digeridos.

- Na vida social, a domesticação do uso do fogo consolida a presença humana em campos abertos, afastando predadores e dando visão noturna, ampliando a área de exploração dos grupos humanos.

- Homo heildelbergensis: fósseis encontrados na África com 600 mil anos, e na Europa com 200 mil anos.

- Os Homo heildelbergensis são os primeiros cujos registros fósseis indicam o uso combinado de armas de ponta de pedra e de lanças de madeira, trocando o perfil de carniceiros pelo de caçadores.

- Há 500 mil anos, a população de Homo heildelbergensis que vivia na Europa e na Ásia se diversificou em duas espécies: neandertais na Europa e denisovanos na Ásia. E evidências moleculares indicam que foi por esta época que viveu o último ancestral comum entre o Homo neanderthalensis e o Homo sapiens.

- Foi encontrado DNA de neandertais em humanos modernos na Europa, na Ásia e na Oceania (denisovano, neste caso). Não há qualquer sinal de DNA neandertal nos humanos na África.

- O crânio dos neandertais é longo e baixo, com a "arcada supraciliar" ("osso das sobrancelhas") saliente e projetada para frente, com a testa baixa e inclinada para trás, e com uma cavidade nasal mais ampla e o queixo mais recuado. O corpo dos neandertais tinha uma caixa torácica mais expandida e a pelve maior, de estatura um pouco mais baixa que do Homo sapiens, antebraços mais curtos, pernas (osso da tíbia) também mais curtos. Essa maior amplitude corporal - mais baixo, mais atarracado e mais musculoso - fazia que fossem mais resistentes ao frio.

- Os neandertais foram os primeiros do gênero Homo a dominar a sobrevivência em regiões de temperatura glacial, o que indica um forte domínio na capacidade de elaboração de vestimentas de couro, ainda que não dominassem a técnica de costura.

- Os neandertais tinham uma capacidade de inovação bem menor do que o Homo sapiens, permanecendo dezenas de milhares de anos utilizando a mesma dúzia de ferramentas. Já o Homo sapiens apresentou em períodos menores de tempo um amplo processo de mudanças cumulativas no uso de ferramentas, com um enorme número de variações.

- Há 200 mil anos, o Homo sapiens surge na África como uma outra diversificação do Homo heidelbergensis. Os fósseis mais antigos de Homo sapiens por região foram encontrados na Etiópia com 200 a 160 mil anos, em Israel com 130 a 90 mil anos, na Romênia com 35 mil anos, na China com 68 mil anos, e na Indonésia com 45 a 39 mil anos. As análises moleculares confirmaram as evidências fósseis, com as linhagens mais antigas de cromossomo Y se originando na África, com a árvore de linhagem enraizada no continente e remontando ao surgimento do Homo sapiens há 200 mil anos.

- Há 120 mil anos, os Homo sapiens deixam a África e por 30 mil anos ocuparam a região do Oriente Médio onde hoje está Israel, mas aparentemente acabaram expulsas em grande parte pelos neandertais que habitavam o local. Uma segunda onda deixou a África há 50 mil anos, e esta segunda onda é aquela que as evidências moleculares indicam que se espalhou pelo planeta inteiro e dominou todas as demais do gênero Homo.

- A genética molecular indica que houve múltiplas migrações saindo da África. A Europa teria recebido no mínimo três grandes ondas migratórias chegadas do Oriente Médio, uma com 40 mil anos, outra com 26 a 15 mil anos, e uma terceira há 9 mil anos. A Ásia teve múltiplas migrações chegando a partir de 40 mil anos atrás, havendo, porém, registros fósseis anteriores a este período.

- De 75 a 10 mil anos atrás aconteceu a Última Era Glacial

- Há 50 mil anos atrás, no período Paleolítico Superior, há uma explosão criativa, com o surgimento de pensamentos simbólicos que nenhuma outra espécie animal, nem mesmo de hominínios, desenvolveu. Registros arqueológicos constatam ornamentos, adereços, ferramentas mais complexas, manifestações artísticas e rituais de sepultamento. Supõe-se que mudanças neuronais levaram a uma mudança cognitiva abrupta.

- Durante 2,5 milhões de anos, os registros arqueológicos só encontram 3 culturas líticas de pedra lascada. Em 50 mil anos, só no Egito foram encontradas 6 culturas líticas diferentes, com as ferramentas deixando de ser de lascas e passando a ser de lâminas, e combinadas ao uso do fogo para endurecimento de argila, usadas combinadas a ossos e madeiras. Estas inovações levaram a uma ampla multiplicação das indústrias de produção.

- O acúmulo de hábitos mais complexos e abstratos deve ter sido causado pelo adensamento da população humana, com maior difusão e intercâmbio de novas ideias.

Obs: sítios arqueológicos na África, no entanto, indicam a presença de ferramentas mais complexas anteriores ao Paleolítico Superior, datadas de 76 a 60 mil (sítios de Blombos e Pinnacle Point, na África do Sul, e de Katanda, no Congo). Além de sepultamentos cobertos com oferendas no sítio de Qafzeh, em Israel.

- Em torno de 40 a 30 mil anos atrás, o Homo neanderthalensis estava extinto na Europa, com os últimos sítios arqueológicos com fósseis tendo sido encontrados na Espanha. Entre as causas desta extinção: há evidências arqueológicas de fósseis neandertais com perfuração de lanças que só os Homo sapiens produziam. Além disto, é muito provável que a competição por alimentos tenha tido papel preponderante, já que os Homo sapiens tinham uma dieta muita mais diversificada que os neandertais.

- Evidências moleculares indicam que os cruzamentos que aconteceram entre Homo sapiens e Homo neanderthalensis sempre envolveram um macho neandertal e uma fêmea sapiens, não havendo evidências de cruzamento entre machos sapiens e fêmeas neandertais. E as evidências também provam que os filhotes machos derivados deste cruzamento tinham uma fertilidade reduzida.

- Registros de arte rupestre mais antigos foram encontrados na França datado de 32 mil anos atrás.

- Homo florensis: fósseis de 17 mil anos encontrados na Ilha das Flores, na Indonésia, de hominínios de baixa capacidade craniana (mais ou menos 400 cm3) e baixa estatura (mais ou menos pouco mais de 1 metro), com pernas proporcionalmente mais curtas e pés maiores do que do Homo sapiens.

- 13.000 a.C.: domesticação do arroz e do milhete na região da China

- 12.000 a.C.: os Natufianos passam a explorar espécies selvagens de gramíneas e a ter um estilo de vida mais sedentário, com sofisticação cultural.

- Em todo o planeta, o surgimento do cultivo agrícola acontece associado a um estilo sedentário em torno de regiões com recursos naturais abundantes.

- Entre 12 e 9,6 mil anos atrás: Revolução Neolítica, com a domesticação de plantas e animais, com o Homo sapiens passando a ser ator/interventor no processo de Seleção Artificial.

Obs: como exceção a esta domesticação da Revolução Neolítica estão os cães, que já eram domesticados desde os tempos em que os Homo sapiens eram caçadores-coletores.

- Complexidade Social: surgimento da divisão de papéis sociais e das estruturas hierárquicas.

- Em 11.000 a.C., os Natufianos domesticam o trigo e o centeio na Região do Levante, onde hoje estão Israel, Palestina, Sírio e Líbano.

- De 10.800 a 9.600 a.C.: fase "Dryas Recente", com o resfriamento global, um clima mais seco, e aumento das regiões glaciais no planeta.

- 8.500 a.C.: há a domesticação de trigo, cevada, linho, fava e grão de bico em todo o Crescente Fértil, do Egito até a Mesopotâmia, região onde, em 7 mil a.C., surge também a cerâmica.

- 8 a 7 mil a.C.: no México são domesticadas a abóbora (em 8 mil a.C.) e o milho (em 7 mil a.C.)

- 7.500 a.C.: ÇatalHoyuk, onde hoje está a Turquia, é a "primeira cidade", reunindo 5 mil habitantes, e fazendo a domesticação do gado bovino.

- 7.000 a.C.: domesticação de ovelhas e cabras em Jericó, onde hoje está Israel

- 7 mil a.C.: surgimento da cerâmica na região da Floresta Amazônica, onde por volta de 6.500 a.C. há a domesticação de mandioca, pupunha, amendoim e pimenta, sobretudo na região do Rio Madeira, onde surge o tronco linguístico Tupi.

- 6 mil a.C.: domesticação da batata, da quinoa e da coca na Cordilheira dos Andes, nas regiões onde hoje estão Peru, Bolívia e Colômbia, onde também foram domesticadas a llama, a alpaca, a vicunha e o guanaco.

- 4.000 a.C.: urbanização em Uruk, que abrigava 30 mil habitantes

- No Antigo Testamento, o mundo teria sido criado em 4.004 a.C., e o Grande Dilúvio teria acontecido em 3.500 a.C., destruindo todas as outras espécies tirando aquelas que não foram colocados em casal dentro de uma arca por Noé.

- 3.200 a.C.: unificação dos Reinos do Egito

- 2.600 a.C.: evidências de irrigação do solo na região onde hoje é o Peru, nos sítios arqueológicos de Caral, Norte Chico e Ventarrón, região que abrigou sociedades complexas como Chavin, Wari, Tiwanaku, Chimú, Nazca e Moche, todas antecedentes ao Império Inca.

- 2 mil a.C.: surgimento da civilização Olmeca no México, a qual antecede às civilizações Zapoteca, Toltecas, Mayas, Mixtecas e Mexicas (Aztecas)

- As Religiões são o que propiciará a dimensão ideológica que sustentou a formação dos Estados, com um poder de agregação que alimentou o processo de complexificação social. Uma das principais funções da religião foi oferecer coesão social, questão de grande relevância para as sociedades primitivas.


Nenhum comentário:

Postar um comentário